terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nono Encontro - Cravo do Canavial - UFRN


                            Os sons do Canavial !







Um(palma)-dois-tres-quatro, um(palma)-dois-tres-quatro, dois-dois-tres-quatro, três-dois-tres-quatro, quatro-dois-tres-quatro e um-dois(palma)-tres-quatro, (...)
Quando Carla disse que no nosso 9º encontro iríamos trabalhar a parte musical, confesso que imaginei exercícios de respiração, vocalizes, aprender uma letra e uma melodia e treinar sua execução com a marcação em cena. Mas desde o início, o encontro parecia ter calhado de querer nos “desacomodar”.
O trabalho que fizemos foi tão inesperado, como foram os próprios exercícios que punham em ação todos os nossos recursos mnêmicos, atencionais, táteis, auditivos, visuais e intuitivos... “ouvir com os olhos e ver com os ouvidos”, foram as palavras de Marco, o maestro, disposto a espremer até o bagaço da cana, os cérebros desses pobres cravinhos! Hahahahahah! Com a melhor das intenções de puxar nosso tapete quando mal estávamos começando a dominar o jogo!
Fizemos exercícios trabalhando a troca, o receber e entregar ao outro comprometendo todo o corpo, com o cuidado do olhar, dividindo a atenção entre o colega imediato e o coletivo. Incluímos nesses jogos a fotografia número 1 da nossa matriz escolhida, ativada e desativada no tempo de uma palma! Usamos números, sons, movimentos, pulos; incontáveis formas de jogar, com regras que mudavam a todo momento...
O desafio era aliar a tanta informação à precisão que ainda estamos construindo!
Descobrimos o pulso, o manter uma respiração coletiva que indicava o momento da ação; perdíamos, achávamos e nos perdíamos de novo! E descobríamos que, mesmo perdidos, o erro pode gerar um pulso novo que ainda é musical e que o importante é não se afundar em si ao se perder, mas buscar ajuda no grupo e não desistir, JAMÁS!
 O trabalho não foi fácil. Achei que estávamos todos um pouco cansados e a cada “parada”, conversas e risos tentavam tornar um pouco mais leve o trabalho ao mesmo tempo que acabavam dispersando um pouco o grupo. E enquanto isso o relógio do canavial corre sem paradas... depressa e cobrando: dia 19 está aí! Mas aí vem também o Myriam Muniz (êêêêêêêêêêêêêê!), estendendo nosso tempo de vida e ampliando as asas dos planos que já se vinham traçando... Mas voltando ao encontro, como descrevê-lo?
Quando penso nos exercícios que nos foram propostos nesse 9º dia de trabalho, me vem a palavra “malabarismo”! Qualquer coisa que busque tornar natural o “chupar cana e assoviar”... fazendo do cantar e o atuar uma coisa só. Como deve ser. Já nos dizia Carla, láááááá nos primórdios, quando o cravo ainda era semente em barro seco e sem vida: VOZ É CORPO!!
Acho que hoje, o desafio foi colocar esse corpo por inteiro. O corpo de cada um e o corpo coletivo. E que para isso, é preciso abrir os sentidos, ouvir, ver, sentir o pulso da cena, estar de prontidão para mantê-lo, com precisão, para receber e dar, comprometendo todo o corpo, buscando ajuda no grupo quando há problemas... e verdade seja dita, tivemos MUITOS problemas! Hahahaha! Era palma na hora errada, mimese que não saía, som e movimento desencontrado, 4 pulinhos? Vira no 8?, um-dois-dois-tres....AHHHHHH!... Algumas tragédias depois, ainda vale a lição final: não desistir, JAMAIS! O jogo só termina, quando acaba. E a música está só começando a tocar...
Evoé pra nós! Vamos lá... um(palma)-dois-tres-quatro, um(palma)-dois-tres-quatro, dois-dois-tres-quatro, três-dois-tres-quatro, quatro-dois-tres-quatro e um-dois(palma)-tres-quatro, (...)
Andressa Hazboun

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