sexta-feira, 26 de agosto de 2011


Um contato quase trágico, o meu, com o Caboclo de Lança...
E se deu nas ladeiras de Olinda no carnaval de 1992, durante o cortejo de um Maracatu Nação,
Manifestação Popular que, diferente do Rural, tem sua origem vinculada à coroação dos Reis do Congo, sendo desdobramento das Congadas. Eu participava do desfile na ala das baianas. De uma hora para outra, tivemos que abrir passagem para algumas “figuras desgovernadas” que desciam a ladeira com uma espécie de cravo na boca, dançando de modo aparentemente desconexo e portando lanças enormes, cheias de fitas e bastantes pontiagudas, diga-se de passagem. Em sinal de respeito, nosso Cortejo abriu espaço para o desfile daquele grupo de Maracatu Rural, visto por mim, na época, com estranhamento. Aqueles Caboclos evoluíam com tamanho entusiasmo, força, exuberância que me deixaram hipnotizada por alguns instantes. Tempo suficiente para não perceber que o meu recuo não havia acontecido e por isso quase me vi com uma lança daquelas “enfiada no bucho”. Lança que, anos mais tarde, um Brincador conhecido como Seu João me cedeu gentilmente para que eu pudesse segurar e averiguar seu peso. Pesada, realmente! Ao perguntar o porquê de aos 84 anos continuar brincando Maracatu, o mesmo Seu João me fez entender o significado e a seriedade que envolve essa misteriosa brincadeira:
“O Maracatu é minha vida. A única coisa que eu quero quando morrer é continuar dançando Maracatu no céu.”



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Processo com a Cia. Máscara...


"O que dá verdadeiro sentido ao encontro é a busca
 e, as vezes, é preciso caminhar muito
para alcançar o que está perto."
                                                                       (SARAMAGO)




terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mimese em Mossoró


O workshop com a Cia Máscara de Teatro de Mossoró começou ontem (22). Serão sete dias de trabalho cujo foco é a recriação de corporeidades.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Cambinda Brasileira em Natal

Os Potiguares receberam, direto do Engenho do Cumbe, o Maracatu Rural Cambinda Brasileira no último sábado (20). Foi lindo assistir o grupo fazendo seu "esquentamento" antes da apresentação e participar da brincadeira que acabou na Ribeira num grande cortejo.
Evoé!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mimese Corpórea em Processo


  O projeto em questão tem como objetivo trabalhar com matrizes do Maracatu Rural que servirão como ponto de partida para recriação de ações físicas e vocais, estabelecendo um diálogo com a Técnica da Mimese Corpórea, sistematizada pelo Lume, Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp.  Tanto o treinamento pré-expressivo, quanto a aplicação da técnica propriamente dita - que envolve fisicidade, codificação e teatralização – serão empregados no processo de recriação da corporeidade percebida no cotidiano, numa tentativa de estudar “diferentes estados” de um corpo vivo, em ação no mundo. Por corporeidade, entende-se o uso particular ou específico que se faz do corpo, a maneira como ele age e faz, a dinâmica e o ritmo de suas ações físicas e vocais, ou seja, como ele intervém no espaço e no tempo. Por isso a escolha por essa Técnica na tentativa de recriar a corporeidade do ator ou criar uma nova corporeidade entre o corpo do ator e o corpo estudado. Sem falar que esse método também toca em questões como “organicidade” e “fluxo da vida”, tão importantes para construção de personagens. O diferencial do Cravo do Canavial – Mimese Corpórea em Processo, está na matriz escolhida como ponto de partida – no caso, as do Popular, especificamente do Maracatu Rural – e em como ela será utilizada para fomentar o trabalho do ator. Diferenciador tanto pela abordagem que partirá das figuras – personagens - como pelo ritual e o jogo presentes na Brincadeira que irão fomentar a metodologia a ser aplicada em sala de ensaio, cujo inicio está previsto para setembro do corrente ano, envolvendo estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atores de Natal.