sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Eita Piula!

Cravo canavial – Décimo Primeiro Encontro
Eita piula, como o tempo voa... chegamos ao nosso encontro de número onze. Estamos na reta final para a apresentação institucional do processo do cravo canavial para o crivo da entidade que quer saber se a Carla está fazendo o seu mestrado direitinho. (a Carla ta com os nervos “a flor da pele”... )
O ensaio começou um pouco depois das seis horas. Primeiro fizemos um alongamento individualmente para irmos acordando o corpo para o trabalho, em seguida a Carlinha colocou música e veio conduzir o aquecimento. O aquecimento da Carla sabe como é que é né... ela usa a música para nos conduzir e a gente nem percebe que tá cansando, também é um momento muito bom para dar unidade ao grupo, com as trocas de olhares e, com o suor, também de odores...    
Depois de aquecidos, fomos direto para o “esquentamento”, a fim de adequar os movimentos que já tínhamos em sincronia com a música que o Marcos gravou, repetimos algumas vezes até encontrar o tempo da música, o Zeca foi o mestre que conduziu a loa.
Em seguida, trabalhamos as matrizes individualmente junto com o personagem que devíamos encontrar que casasse com as matrizes que escolhemos, trabalhamos as matrizes coladas com o personagem escolhido por cada um de nós junto com um texto do mesmo, de modo que, pudéssemos recitar o texto junto com as três matrizes de cada “nicho” que escolhemos, com a finalidade de que pudéssemos fazer a imbricação de forma orgânica. A Carla observou a todos individualmente.
Depois repassamos todo o roteiro do processo para a apresentação do dia 19 se atentando e corrigindo cada detalhe, é um trabalho muito minucioso e repetitivo. É chato! Mas, é preciso. É (osso) do oficio...
Após repassar todo o roteiro para a apresentação ainda tínhamos um tempinho e então a Carla resolveu conversar com a gente sobre o planejamento e agendamento para 2012. A Carla nos falou da dimensão que o projeto ganhou com a aprovação no “Edital Miriam Muniz” e dos profissionais (mesmo os prováveis) que vamos ter a oportunidade de trabalhar, das apresentações, inclusive uma no engenho lá em Nazaré da Mata e dos ensaios semanais.

                                                                                                                                 Aldemar



                                                                                                            

Décimo Encontro Cravo do Canavial - UFRN



10!

Nesse último encontro, exatamente o nosso décimo encontro, conseguimos enxergar o processo como um todo e ter um olhar adiante do ainda tem por vir, o espetáculo. Acima de tudo, compreendemos e encontramos, em um único dia, os exercícios que costumávamos fazer.
            Foi um dia muito intenso, começamos como o de costume, alongando e depois Carla Martins começou a fazer um trabalho de Base bastante intenso com a gente. Pois, a base para um ator é fundamental, possibilitando equilíbrio, presença cênica, ampliando sua capacidade de realizar movimentos e de realizar a cena. Esse trabalho é um dos trabalhos base do pré-expressivo, dentro da mesma linha de trabalho, começamos a fazer o Jogo da Pantera, um jogo que além de trabalhar a base do ator, trabalha a atenção, concentração, foco, aguça a visão do ator, possibilita o controle do corpo dele, pois nesse jogo ao ator só se movimenta para atacar ou para defender.Logo depois, veio a Bola de Borracha, um exercício que trabalha as oposições, um exercício dentro da técinapré-expressiva que possibilita o ator descobrir seus limites e organizações funcionais de cada parte do seu corpo, além de possibilita uma maneira de ampliação de cada ação. Para sairmos dessa tensão e opondo-se totalmente a energia produzida nesse exercício, Carla pediu que fossemosuma folha de papel solta no espaço, livre, leves, com movimentação contínua.
            Depois desses exercícios de pré-expressividade, partimos para a expressão, estávamos com o nosso corpo pronto para construir e fomos trabalhar nas nossas matrizes, baseadas nos brincantes do Maracatu Rural Cambinda Brasileira-PE. Depois de todo preparo de construir, brincar, criar e codificar a matriz, estávamos bem. Esse trabalho está sendo muito prazeroso, afinal, todo o processo é nosso, estamos construindo juntos o que virá a ser um espetáculo.
            Logo após o trabalho com as matrizes, fomos estruturar o “espetáculo” que será apresentado neste mês de dezembro, todo o nosso trabalho durante esses messes vão está dentro do “espetáculo” que será uma mostra do que virá a ser o espetáculo em 2012.Estamos a cada dia, comungando ainda mais o nosso corpo em vida dentro do processo.
            Termino hoje, da mesma maneira que terminamos nesse décimo encontro:
  “Cravo, rosa, mel e flor
            Oo ô cravo do canavial
            Bagaço desse amor” 
                                                                                                             Tatiane Tenório

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nono Encontro - Cravo do Canavial - UFRN


                            Os sons do Canavial !







Um(palma)-dois-tres-quatro, um(palma)-dois-tres-quatro, dois-dois-tres-quatro, três-dois-tres-quatro, quatro-dois-tres-quatro e um-dois(palma)-tres-quatro, (...)
Quando Carla disse que no nosso 9º encontro iríamos trabalhar a parte musical, confesso que imaginei exercícios de respiração, vocalizes, aprender uma letra e uma melodia e treinar sua execução com a marcação em cena. Mas desde o início, o encontro parecia ter calhado de querer nos “desacomodar”.
O trabalho que fizemos foi tão inesperado, como foram os próprios exercícios que punham em ação todos os nossos recursos mnêmicos, atencionais, táteis, auditivos, visuais e intuitivos... “ouvir com os olhos e ver com os ouvidos”, foram as palavras de Marco, o maestro, disposto a espremer até o bagaço da cana, os cérebros desses pobres cravinhos! Hahahahahah! Com a melhor das intenções de puxar nosso tapete quando mal estávamos começando a dominar o jogo!
Fizemos exercícios trabalhando a troca, o receber e entregar ao outro comprometendo todo o corpo, com o cuidado do olhar, dividindo a atenção entre o colega imediato e o coletivo. Incluímos nesses jogos a fotografia número 1 da nossa matriz escolhida, ativada e desativada no tempo de uma palma! Usamos números, sons, movimentos, pulos; incontáveis formas de jogar, com regras que mudavam a todo momento...
O desafio era aliar a tanta informação à precisão que ainda estamos construindo!
Descobrimos o pulso, o manter uma respiração coletiva que indicava o momento da ação; perdíamos, achávamos e nos perdíamos de novo! E descobríamos que, mesmo perdidos, o erro pode gerar um pulso novo que ainda é musical e que o importante é não se afundar em si ao se perder, mas buscar ajuda no grupo e não desistir, JAMÁS!
 O trabalho não foi fácil. Achei que estávamos todos um pouco cansados e a cada “parada”, conversas e risos tentavam tornar um pouco mais leve o trabalho ao mesmo tempo que acabavam dispersando um pouco o grupo. E enquanto isso o relógio do canavial corre sem paradas... depressa e cobrando: dia 19 está aí! Mas aí vem também o Myriam Muniz (êêêêêêêêêêêêêê!), estendendo nosso tempo de vida e ampliando as asas dos planos que já se vinham traçando... Mas voltando ao encontro, como descrevê-lo?
Quando penso nos exercícios que nos foram propostos nesse 9º dia de trabalho, me vem a palavra “malabarismo”! Qualquer coisa que busque tornar natural o “chupar cana e assoviar”... fazendo do cantar e o atuar uma coisa só. Como deve ser. Já nos dizia Carla, láááááá nos primórdios, quando o cravo ainda era semente em barro seco e sem vida: VOZ É CORPO!!
Acho que hoje, o desafio foi colocar esse corpo por inteiro. O corpo de cada um e o corpo coletivo. E que para isso, é preciso abrir os sentidos, ouvir, ver, sentir o pulso da cena, estar de prontidão para mantê-lo, com precisão, para receber e dar, comprometendo todo o corpo, buscando ajuda no grupo quando há problemas... e verdade seja dita, tivemos MUITOS problemas! Hahahaha! Era palma na hora errada, mimese que não saía, som e movimento desencontrado, 4 pulinhos? Vira no 8?, um-dois-dois-tres....AHHHHHH!... Algumas tragédias depois, ainda vale a lição final: não desistir, JAMAIS! O jogo só termina, quando acaba. E a música está só começando a tocar...
Evoé pra nós! Vamos lá... um(palma)-dois-tres-quatro, um(palma)-dois-tres-quatro, dois-dois-tres-quatro, três-dois-tres-quatro, quatro-dois-tres-quatro e um-dois(palma)-tres-quatro, (...)
Andressa Hazboun

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cravo Do Canavial - Selecionado para o Myriam Muniz!

Evoé!

Os  Deuses do Teatro conspiraram a favor dos Cravos desse Canavial...
Maracatu Rural, Mimese Corpórea, Engenho do Cumbe, Cambinda Brasileira, Matrizes!

Raquel Scotti e Pedro Salustiano.
Carla Martins, Robson Haderchpeck e Marco França.
João Marcelino e Rogério Ferraz.
        Andressa, Rodrigo, Aldemar, Zeca, Vania, Potyra, Thais,Tatiane e George.


Nós, FulÔrando no Barro Avermelhado.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Oitavo Encontro - Cravo do Canavial

O nosso encontro sempre começa com um “Olá cravinhos!”
Mas que bela maneira de iniciarmos um encontro...

Desde que entrei nesse processo me sinto como se o respirasse em momento que nem espero.

Sempre lembramos de carregar carinhosamente nossos objetos de trabalho que me soam como membros de nossas matrizes.

Lenço cabeça, saia, bacia, copo de cachaça, adereço clown.

Penso em tudo isso e me lembro: putz esqueci da loa do mestre.

Falo sobre tudo isso, mas o importante mesmo, é falar sobre o dia 16/11/2011. O nosso encontro resultou na divisão do nosso roteiro que contem 12 momentos. Hoje passamos por esses 12 momentos,mas não exatamente na mesma ordem. Cheguei um pouco atrasada e perdi o esquentamento, mas pude participar do seguimento do encontro.

Assim que cheguei vesti meu lenço e fui ao X para falar sobre idéias para cenografia que tive a tarde com o Paul. Essas idéias envolvem transparência e possibilita o uso de projeções e luzes.

Em seguida iniciamos o trabalho com a matriz de nossa escolha. Potyra trabalhou com as imagens da burrinha, Aldemar trabalhou com as da catita, Andressa e Vania com as da dama do paço e George e eu trabalhamos a matriz do caboclo de lança.  

O trabalho com a matriz do caboclo de lança consistiu na montagem de uma partitura. Já o trabalho com as outras matrizes explorou a passagem de uma imagem para outra. As imagens dos caboclos de lança serão trabalhadas no próximo encontro. Demarcamos a sala, com isso iniciamos o pensamento sobre o espaço cênico. A Rasa Box foi inclusa no trabalho de hoje, sorteamos 4 estados: o medo, a raiva, o cansaço e a alegria. As Rasa Box foram distribuídas pela sala, demarcada com fita no chão. 

Após esse trabalho iniciamos a sequencia do roteiro;

1º Ritual de proteção: sentados, vestimos o lenço do caboclo de lança. Utilizamos nossos adereços nesse momento.

2º O mestre: destaca-se a frente (O mestre é apontado no dia).

3º O esquentamento: mestre canta a sua loa, integra ao grupo e executamos a coreografia.

4º O banco: tema musical (definiremos no próximo encontro).

5º Apresentação das matrizes: apresentamos nossas matrizes de maneira rápida, lenta, alargada e diminuta (caboclos de lança executam a partitura).

6º Primeiro mote do baixio das bestas: inicia-se com a movimentação de George lenta.
7º X da Potira: foi definido no momento. Ela deverá cantar. Entrei no X e sugeri a musica “Tango de Nancy” de Chico Buarque. Achamos que encaixou perfeitamente.

8º Saudação a jurema: a parte do grupo que criou sua saudação a inicia. Os que não criaram farão a sonoplastia.

9º Rasa Box: Vania e Andressa entram na Rasa Box do cansaço e da raiva, depois trocam, Vania para a do cansaço e Andresa para a do medo. Inicia-se a ação de George que é interrompida pelo texto da Vania.      

10º Espinhaço: George executa sua partitura do espinhaço.

11º Segundo mote do baixio: são executadas as criações paro o baixio. Ruído, as putas, o leite. Aldemar e George entram na Rasa Box da raiva.

12º Entrada da Burrinha: Potyra entra brincando em sua matriz da burrinha.


Por fim foi isso.
Se esqueci algo, por favor, me complemente.

Beijos a todos!

Thaís



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sétimo Encontro Cravo do Canavial - UFRN

Alguns Cravos pelo Caminho...
Não se pode dizer que este foi um encontro fácil. Para mim, especialmente, pois estava muito cansado da semana que tive. Ainda antes de começar o trabalho, Carla contou que Leilane não iria continuar no processo. Logo depois, a própria Leilane chegou e nos falou. Um momento triste. Queríamos que ela continuasse o trabalho, mas a saída dela foi bonita, compartilhada com o carinho de todos. Resultou que ela vai continuar próxima, trabalhando no blog do projeto. Iniciado o trabalho, fizemos o trabalho com as periferias do corpo, como vínhamos fazendo nos encontros anteriores. Em seguida, fizemos um trabalho energético com base na figura dos caboclos de lança, e possivelmente este foi o momento mais prazeroso para mim em todo o encontro. Brincamos livremente com os paus que levamos ao som de maracatu. Um momento para o corpo se libertar, brincar.
E passamos ao trabalho com o mestre, com a coreografia que estávamos ensaiando, o esquentamento. Na semana anterior não tivemos encontro por causa do feriado. E sentimos isso nesse encontro, perdemos muito da coreografia do mestre, ainda que tenhamos conseguido recuperar com alguma facilidade.
Finalmente passamos para o trabalho da mimese. Desta vez a figura foi a Catita. Como nos encontros anteriores estudamos as fotos, trouxemos para o nosso corpo as posições, construímos os punctos, as equivalências... tudo isso usando as saias levadas.
Então, em semicírculo, passamos a apresentar todas as figuras trabalhadas, uma por uma, cada um de nós, num exercício difícil e cansativo. Buscar todo o trabalho no nosso corpo, a história do que construímos... Alguns momentos mais frágeis, outros de força... foi a primeira vez que paramos para olhar o trabalho dos colegas, o que foi muito bacana, pois existiam belas construções.
Um pensamento colocado por Carla sobre a mimese foi o da importância da observação dos detalhes. Perceber cada posição de cada parte do corpo das imagens e trazer isso para o nosso corpo.
Algumas vezes não consigo lembrar todos os detalhes. Alguns trabalhos me fogem... momentos em que é muito difícil manter o corpo na posição da figura e ao mesmo tempo sentir uma energia, uma vida, no corpo, sem que tudo pareça tão mecânico. Sinto como se minha atenção estivesse transitando o tempo todo entre a forma e as sensações despertadas. E enfrentando a dificuldade de caminhar com ambas. 
Então, pausa. E encontramos o X colocado na sala. Desta vez, o X não estava no canto da sala. Mas no centro. E agora tínhamos que ir a ele ao comando de Carla. Falar o que vier, viver o que vier. Estava cansado, briguei comigo mesmo e com o cansaço. Mas as primeiras vezes foram de raiva em ter de me mostrar. Não queria estar ali. Em algum momento quase me entrego. Até que na última vez me permito brincar, e algum prazer aparece... e encontro algo em mim que estava hesitante...
Mas restava ainda a última figura que iríamos trabalhar, o Caboclo de Lança. Este teve um processo diferente. Não partimos de imagens, partimos de dentro. Fizemos uma leitura, particular, da pesquisa sobre o azougue e usando lenços na cabeça, buscamos uma figura interna, esse caboclo internamente. Algo difícil de construir, senti muito dificuldade de acessar essa figura. Para mim, foi a figura mais impalpável. Não consegui lembrar do início do encontro, do prazer que tive ao brincar de caboclo. Talvez tenha me faltado trazer a brincadeira para esse momento.
Finalmente, finalmente, passamos ao trabalho do Baixio das Bestas. A cena que estamos fazendo com base na energia do filme. Algumas marcações estão ficando mais claras, algumas adaptações feitas... e a cena continua. Sem Leilane desta vez, minha parceira mais próxima de cena. Mas construindo uma nova relação com Andressa, que com toda a bravura busca o trabalho.
Terminamos aquele dia, passando a música escrita por Vânia. Mostrando o que tínhamos para Marco França que vai fazer um trabalho musical conosco. Com isso tudo, nem tivemos tempo para fazermos as anotações do dia... muita coisa feita.
Ah, tivemos ainda mais uma despedida, Paul, que já havia anunciado sua saída, mas apareceu para se despedir da gente. Mais uma despedida. Foi, realmente, um encontro difícil. De despedidas, mas também de continuidade. E de muito trabalho. Como a vida.
George Rocha Holanda