segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Quarto Encontro - Cravo do Canavial (UFRN)

O caminho do Cravo Canavial se abre cada vez mais nos passos que vamos dando, nas vozes e nos corpos que colocamos à disposição, nesse processo. A cada encontro, sinto que o grupo se apropria cada vez mais desse universo denso e misterioso do Maracatu (com "M" maiúsculo, sim!) e, ao mesmo tempo, descobre que sua vastidão ultrapassa os limites do nosso alcance.

Um novo espaço (a casa de Zeca) foi nosso locus de trabalho, dessa vez. Alongados e aquecidos depois de um "tica-caranguejo", fomos às partituras corporais e aos passos que estivemos trabalhando individualmente e em grupos. Logo, essas partituras foram se tornando cada vez menos abstratas e, sob a agulha de Carla, começaram a se costurar umas nas outras. A conexão entre os grupos gerou o esboço de uma cena coletiva que culminava na briga entre os caboclos de lança por ocasião, George e Aldemar, e fechava com chave de ouro na voz de Vânia "perversidade nos canaviais...".

Perversidade e ludicidade?! O grupo transita entre a sombra da brincadeira e o brinquedo. Ora denso, como as cenas inspiradas na crueza do Baixio das Bestas, ora leve, como os caboclos que dançam com lanças e roupas tão pesadas. Ora colorido e vibrante, ora negro e violento. O Maracatu é milagre que une a guerra e a dança, a dor e a alegria, a brincadeira e a seriedade...e por aí vai...até onde não sabe(re)mos...

O resto do encontro foi momento de alimentar nossas almas com fotos e vídeos desse universo e, ao final, nos juntamos para cantar a música escrita por Vânia e descobrir novas formas de entoá-la. Também começamos a discutir e vislumbrar frutos desse processo...vamos aguardar!

                                                                           Andressa Hazboun


Registro realizado no Engenho do Cumbe
Maracatu Cambinda Brasileira (Fev. 2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário